sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O amor bate na porta



C. D. de A.

Cantiga do amor sem eira nem beira,
vira o mundo de cabeça para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
Meu bem, não chores,
Hoje tem filme de Carlito!
O amor bate na porta
O amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

escolhi assim


finge que não me conhece,
me esquece,
ignora,
não mais, nem me olha
viu?
tinhas toda razão
fiquei louca
não presto
sou a inimiga
que ninguém quer
aquela que faz tudo errado
atrapalhado
e que nem ao menos
sente-se culpada
pela vida
pela não vida
nem por morrer
muito menos por nascer
sou, sim
a legítima culpada
apenas por escolher
sofrer.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Amar

Algo termina
Outros 'algos' começam
Sem culpas
Só vontades

Viver é assim
Perder, mas conquistar mais
Deixar passar e olhar o que vem
Sentir-se completo, sem ninguém

Aprender e amar
Amar e aprender
Que só amamos
Quem nos ama também

domingo, 14 de outubro de 2012

ESTOU...

REPLETA DE SAUDADES
TRANSBORDANDO DE PALAVRAS
CHEIA DE NOSTALGIAS
COMPLETA DE VONTADES

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Isso sim é aprender

Apesar dos dissabores, das desafinações e dos desencontros, sobrevivo e vou em frente. Do quê? Não sei. Não importa.... Ir em frente significa não ficar estancado, em pausa para sempre. Significa movimento, juntar o que foi vivido com o que pode vir a ser...

Hoje aprendi muitas coisas, em mim. Descobri que posso aprender muito comigo. Estou feliz com isso.

Tenho pena de quem não consegue dar-se conta do que faz, do que pensa. Fiz muitas coisas sem prensa e ainda desejo fazê-las mais vezes. É bom... Mas há um  momento que é imprescindível parar, pensar, sentir, sofrer, cair e voltar. Isso sim é aprender.