quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Do nada ninguém escapa

Há momentos em que o Nada nos suga, nos absorve, nos captura. Queria achar uma luz, uma saída, mas a única que consigo vislumbrar neste momento são as palavras. Elas transbordam e mais vazio fica o espaço que o nada ocupa.
Nada
Este nada me corroi, me consome de sentimentos dolorosos e satânicos.

Do nada viemos e para o nada vamos. Este é meu lema de hoje.
Assim me mostraram irmãos que dizem levar só virtudes em seus caminhos.

Devem viver na ilusão de serem alguma coisa.

Eu não.

Não eu.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A criança NA Psicopedagogia

A criança NA Psicopedagogia

A criança, desde sua concepção, já vem ao mundo para socializar-se, aprender e apreender aspectos externos a ela que, com suas vivências, contatos, cuidadores, olhares, conjugar-se-ão e darão forma às atitudes com relação ao meio no qual vive. O mundo é percebido, sentido e absorvido para, então, atuar nele transformando-o de acordo com suas necessidades e aprendizagens.

O “Olhar psicopedagógico” parte de sua história e experiências, observa as relações e busca ajudar, estimular e reestruturar as funções psíquicas para que a realidade torne-se mais acessível, tanto nas percepções como nas devoluções (aprendizagens). Este processo precisa ser natural, fazer parte de um todo integralizado: corpo, mente, emoções, linguagem.

Uma série de fatores atua nas respostas que a criança devolve para sua realidade, entre eles: fatores genéticos e ambientais. Piaget, em seus estudos (1972) explica que o desenvolvimento cognitivo acontece num processo de equilibração progressiva constante, passando por etapas que levam a novas estruturas e novos conhecimentos. É preciso conhecer o meio (experiências) para transformá-lo.

Quando esta interação está prejudicada é preciso uma ação psicopedagógica para vir a reestabelecer as funções essenciais de aprendizagem, tanto internas como externas, através do vínculo de confiança entre a criança e o Psicopedagogo, cujo papel é imprescindível na ressignificação de funções como o ‘brincar’, o ‘simbolizar’ e ‘interpretar’.

“A psicoterapia se efetua na sobreposição de duas áreas do brincar, a do paciente e a do terapeuta. A psicoterapia trata de duas pessoas que brincam juntas, em consequência, onde o brincar não é possível, o trabalho efetuado pelo terapeuta é dirigido então no sentido de trazer o paciente de um estado em que não é capaz de brincar para um estado em que o é.” (in Winnicott, 1975:59).

O brincar é uma das ferramentas para o diagnóstico de uma ação psicopedagógica, é nele que as fantasias inconscientes, as representações e os elementos ocultos, de patologia e de cura, situações traumáticas e dolorosas se manifestarão naturalmente, oferecendo caminhos e novas possibilidades para uma vida feliz.

Nadya Regina Flores Vorga
Psicopedagoga, especialista em Artes.