A criança NA Psicopedagogia
A
criança, desde sua concepção, já vem ao mundo para socializar-se, aprender e
apreender aspectos externos a ela que, com suas vivências, contatos,
cuidadores, olhares, conjugar-se-ão e darão forma às atitudes com relação ao meio
no qual vive. O mundo é percebido, sentido e absorvido para, então, atuar nele
transformando-o de acordo com suas necessidades e aprendizagens.
O
“Olhar psicopedagógico” parte de sua história e experiências, observa as
relações e busca ajudar, estimular e reestruturar as funções psíquicas para que
a realidade torne-se mais acessível, tanto nas percepções como nas devoluções
(aprendizagens). Este processo precisa ser natural, fazer parte de um todo
integralizado: corpo, mente, emoções, linguagem.
Uma
série de fatores atua nas respostas que a criança devolve para sua realidade,
entre eles: fatores genéticos e ambientais. Piaget, em seus estudos (1972)
explica que o desenvolvimento cognitivo acontece num processo de equilibração
progressiva constante, passando por etapas que levam a novas estruturas e novos
conhecimentos. É preciso conhecer o meio (experiências) para transformá-lo.
Quando
esta interação está prejudicada é preciso uma ação psicopedagógica para vir a
reestabelecer as funções essenciais de aprendizagem, tanto internas como
externas, através do vínculo de confiança entre a criança e o Psicopedagogo,
cujo papel é imprescindível na ressignificação de funções como o ‘brincar’, o
‘simbolizar’ e ‘interpretar’.
“A psicoterapia se
efetua na sobreposição de duas áreas do brincar, a do paciente e a do
terapeuta. A psicoterapia trata de duas pessoas que brincam juntas, em
consequência, onde o brincar não é possível, o trabalho efetuado pelo terapeuta
é dirigido então no sentido de trazer o paciente de um estado em que não é
capaz de brincar para um estado em que o é.” (in Winnicott, 1975:59).
O
brincar é uma das ferramentas para o diagnóstico de uma ação psicopedagógica, é
nele que as fantasias inconscientes, as representações e os elementos ocultos,
de patologia e de cura, situações traumáticas e dolorosas se manifestarão
naturalmente, oferecendo caminhos e novas possibilidades para uma vida feliz.
Nadya Regina Flores Vorga
Psicopedagoga, especialista em Artes.