quinta-feira, 28 de maio de 2015

Por que explicar?














 
Muitas vezes sentimos a necessidade de explicar. 
Por quê?
Cada um vê o mundo com a lente que lhe coube. Sofremos porque fazemos ou falamos em idiomas diferentes.
Não entendemos porque determinadas situações são, sob o olhar da Psicanálise, manifestações do sintoma que se constitui com o sujeito.

O sintoma causa sofrimento, sabido é, pois trata-se da forma de expressão que o sintoma encontra a fim de 'ser visto'. Dói o corpo, e chora a alma de tristeza e de padecimento. 

Está além do nosso alcance e controle. 
Diante das impossibilidades de soluções, buscam-se explicações, justificativas.... Busca-se a paz, na mente e no coração.  

E então... Somos atravessados pelas palavras, e preciso falar, preciso justificar, preciso contar, preciso que tudo seja dito e escutado. Não por pena ou compaixão, mas por interesse de compreensão. Isto parece também tão paradoxal, pois queremos explicar mas fomos entendidos de outra forma. 

Seria tão bom se os seres humanos deixassem o uso da linguagem fluir, para então encontrarem um entendimento, seja num olhar, num aperto de mão.... Nada muito mais que isso, mesmo que o desejo genuíno viesse 'de volta' ao real. (?)

Falar alivia, não elimina nada, apenas alivia. Assim como escrevo agora, ninguém me lerá, não importa. Esta é a dor da solidão. 

Quem sabe Lacan tenha razão e tudo o que parece 'aliviador', possa ser transformador.

Logo lembro de Carlos Drummond de Andrade:

"Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis."

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A solidão em mim vive feliz.

E já dizia Nietzsche (que soa para mim como uma dinamite que causa explosões contínuas) sobre a solidão não ter nada a ver com presença ou ausência das pessoas. 

É preciso a solidão para olhar para dentro e esquecer a ideia de como devo ser para que os outros pensem bem de mim.


Ninguém sabe o que alguém pensa ou sente, apenas deduzem saber por olhares e gestos vindos deles próprios. Na real, as pessoas não querem saber a verdade do que quer que seja, pois suas ilusões serão destruídas.

Talvez seja melhor assim, a solidão em mim vive feliz, sempre me levará a algum lugar sempre diferente. O mundo.


El alma vuela

Mirar tus ojos, encanto azul


















Vivir tus sueños, sentir tu piel
Quedarme así, junto a tus manos
El alma vuela llena de luz
Que bueno tu mirar sereno por la noche oscura
Yo siento el mundo más pequeño cuando tú no estás
La luz del sentimiento viene buscando el remanso
Que vive en el campo junto a los geranios de nuestro lugar
Mirar tus ojos, encanto azul
Vivir tus sueños, sentir tu piel
Quedarme así, junto a tus manos
El alma vuela llena de luz
Que bueno tu mirar sereno por la noche oscura
Yo siento el mundo más pequeño cuando tú no estás
La luz del sentimiento viene buscando el remanso
Que vive en el campo junto a los geranios de nuestro lugar

Um poeta sempre fala por nós

"[...] 
Viver não é necessário;  
o que é necessário é criar.  
Não conto gozar a minha vida; 

nem em gozá-la penso. 
 
Só quero torná-la grande,   
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) 

a lenha desse fogo. 

Só quero torná-la de toda a humanidade;   
ainda que para isso tenha de a perder como minha.  
Cada vez mais assim penso."


Fernando pessoa

domingo, 24 de maio de 2015

Sobre o erro

Queria dizer que erro muito. 
Erro sempre. 
Mas erros não são pra magoar, trair ou enganar. São apenas para tentar amar, aprender a como  ser feliz alguns instantes que sejam.... de olhares, de cuidado, de acolhida, de amparo.
Erro apenas significa a não compreensão de suas possibilidades de mudança.
Erro muito. Bah! 

A sensação é de incapacidade.
Até de estupor diante dos fatos. Mas, há um tempo dentro do tempo que o olho vê e o coração sente.
A volubilidade que empresto ao erro transforma-o sempre em passagem para o desejo de nunca parar.
Sempre seguir.
A experiência da compreensão transforma-se em amorosidade pela vida e admiração pelo humano que consegue ir além dele. 

sábado, 23 de maio de 2015

Nietzsche

"O que nós fazemos nunca é compreendido, só louvado ou condenado" 

Quem sou?

Quando cai a chuva
sou uma das gotas perdidas
de quem o mar esqueceu!

Quando a onda vem
Sou um concha fechada, 
abandonada na areia
Ou na noite calada!

Se o vento sopra
Sou a folha que se deixa levar
Pela possível brisa 
Que encanta ao soprar

Quando a música tocar
Estarei na nota
Que nunca 
Mas nunca mais
Ouvirás soar.