Nada fácil é desfazer-se de uma ilusão. É como um segredo que é preciso revelar-se, uma ligação secreta com algo fantasma que precisa desligar-se.
Difícil de entender?
Não
Explico da seguinte forma: Internamente idealizo algo que não está em mim, pois o que está em mim é a idealização gigantesca de um 'objeto fantasma', pode-se assim dizer. Busco fundir-me a ele, busco ligar-me a ele de tal forma a não sentir a dor da perda, a enorme dor de não ter mais, o que na real nunca foi tido. Porém, ao agarrar-me a ele sinto-me mais forte. Isto tudo para me defender de uma realidade que não tolero, pior que isso, submeto-me a essa ilusão... Sim. Uma ilusão de 'estar mais forte'. Amarro-me a ela até saturar a mim própria.
Narcisismo?
Pode ser... Mas quem nunca sentiu-se assim?
Saber a linha limítrofe entre a fusão e o que não pode ser, só a experiência vivida para explicar. E se esta experiência vier de alguém que enxerga a vida como possibilidades factíveis de afeto, incentiva e estimula a fusão.
E depois? O que fazer? Não me sinto como vítima, mas como agente, pode isso?
O processo de simbolizar a vida prá mim é tão...fácil. Não entendo os motivos pelos quais isso não me facilita nos momentos de desapego. Só me desapego de uma forma: afastando-me definitivamente. Para sempre.
Depois de iludir-me que algo tenho, dou-me conta que nada existe...
Impossível fugir da desilusão.
Bom?
Que nada!
A única conclusão que chego é que querer, desejar, isso é tudo ilusão. Ninguém tem coisa qualquer, apenas pensa que tem ou que pode vir a ter.
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