Pois depois de ler muito, de procurar saberes nos conhecimentos alheios, que parecem ser tão sábios, alguns parecem e realmente são; outros parecem que são o que não são... Mesmo assim, consigo selecionar algumas 'prosas' sobre amar, ser amado e sobre perder o encanto do amor, sem perder a amorosidade na vida. Estou, inclusive compreendendo o que vem a ser uma boa saúde mental, o que parecia aos meus olhos algo quase impossível na vida como a levamos hoje.
Então...
Chaplin disse uma vez:
A beleza é, no meu entender, uma onipresença da morte e do encanto, uma risonha melancolia que discernimos em todas as coisas da Natureza e da existência, essa comunhão mística que sente o poeta... algo assim como um raio de sol dourado e poeira que esvoaça, ou como uma rosa caída na sarjeta"
Pensando sobre o humano do ser humano e sobre as famílias de hoje, a solidão não é fácil, solidão esta de todos os tipos, solidão de palavras, de ideias, de mãos entrelaçadas, solidão de música, de amores, de amizades...
A solidão das decepções com as pessoas...
E quanto mais mágoa se cultiva mais solidão na dor. A dor da mente dói no corpo e ver, escutar e saber que os vínculos humanos acontecem na sociedade atual de forma tão ínfima, frágil e descartável, também dói. Pior é não poder falar das dores e dos amores. Sim, falar é imprescindível. Existe um mundo paralelo em que ingenuamente vivemos e que ninguém vê. O ser humano só enxerga o que quer, o que deseja, e as coisas vão acontecendo ao lado, junto. Quem não conseguir enxergar perder-se-á nas cavernas dos pensamentos. Pessoas que ligam-se em outras por interesses, por egoísmos, por falta de ética e até mesmo, estética... Aqui... Ali... Um pouco mais além... Sabemos disso quando sentimos, aprendemos assim, com a vida vivida, é o único jeito.
E que coisa...
Os silêncios guardam tantas harmonias e desarmonias, as pessoas se confessam pelo olhar, pelos gestos, pela postura e nem se dão conta. Depois que experienciamos determinadas situações, emoções e relacionamentos, a realidade cai como uma âncora, puxando com todas as forças possíveis.
Somente aí há uma oportunidade para saber o que dizer quando alguém te disser: Estou sofrendo, podes me ajudar?
Muito bem...
Tudo isso muito importante, mas hoje meu olhar foca-se no seguinte, numa solidão feliz que se traduz assim:
Perder é viver, mas perder a amorosidade pela vida é morrer. E como diz Carlos Drummond de Andrade: "Pois as coisas findas, muito mais que lindas, estas ficarão."
É muito bom quando floresce a Paz no coração, a alma se aquieta e as instabilidades passam. Surge um amor próprio que ali já estava, mas é como se fosse possível nascer de novo. Surge a vida, o olhar bonito, o carinho pelo ser humano... O Sol e a Lua voltam a namorar, a cantar aos amores e aos amantes. A sensibilidade para momentos pequenos que com a força da luz tornam-se tão iluminados que contagiam. Os sentimentos não bons pegam outro rumo, vão por outra estrada que tomaram lá na encruzilhada que em certa feita desse tempo, pararam.
Algumas músicas param de tocar, outras começam para que outras pessoas, até dentro de nós mesmos re-comecem a dançar. É tão bom isso!
É tão bom saber que é possível viver na Psicologia...Querendo bem, amando, desamando, vivendo, morrendo o tempo todo e re-vivendo. Cantando e estudando, compartilhando ideias e sentindo-se bem com a única coisa inevitável da vida, a morte de cada noite, com toda a poesia possível, e o nascer de cada novo dia.
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