terça-feira, 31 de julho de 2012

Aqui também

Chove lá fora e aqui
Faz tanto frio
Dá vontade chorar


Chove lá fora e aqui
Estou tão sozinha
Aperta a garganta 
Sufoca o coração


Chove lá fora
E aqui também

domingo, 29 de julho de 2012

...

O desejo de saber o que o amor é esbarra com algo indizível. Assim, o que não pode ser dito e escrito converte o amor em “um mal, que mata e não se vê”, em “um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei por quê” (Camões). Amar e saber o que é amar são coisas diferentes. Amar é um acontecimento que nunca se esquece; é inventar sentidos para a existência no mundo. Saber o que é amar é impossível, porque “quem ama nunca sabe o que ama; nem sabe por que ama, nem o que é amar” (Fernando Pessoa). 

E agora?

Preciso achar um jeito... Um jeito de sublimar a vida que sinto e que tanta dor me causa. Preciso achar um jeito de fazer da roda em que estou, girar para outro lado. Preciso ver quem está ao  meu lado e do meu lado. Preciso viver como vivi estes últimos dias, foi tão bom e estive tão feliz...


A dor é tão grande de sentir que nada sou, que um objeto, uma música, qualquer outra pessoa é mais do que posso ser, que não a estou suportando mais. A solidão de saber-se vivo mas de nada valer estar vivo é tão profunda que não encontro forma de emergir. 


Busco completar-me numa dimensão equivocada talvez, já que minha demanda de amor está na falta, no vazio, numa solidão terrível que só me faz pensar que sou a errada, que faço tudo mal, que não sirvo ao menos para...sei lá... nada mesmo.


Fazia um certo tempo que não sentia esta dor, pelo jeito estava na hora, a vida não tem sido fácil comigo, algo devo ter feito numa delas, anterior a esta, que sempre é assim.

Talvez não consiga resolver, talvez até consiga, mais uma vez... Mas queria que tudo fosse diferente, queria que minhas escolhas tivessem sido outras, queria voltar o tempo e mudar algumas...


Não dá...


Que pena.


Preciso suportar ou acabar com tudo...

sábado, 28 de julho de 2012

Fim

O que for necessário terminar, deve ser primeiro terminado em nós mesmos. De dentro para fora, Certo. Perfeito.
Mas, não é fácil se as tentações ficam rondando.
Se eu me afasto, por que aproximas?
Melhor assim...
Sustentarei até o fim.







segunda-feira, 23 de julho de 2012

Para mim

Sempre tive o entendimento de que o silêncio era o melhor caminho. Hoje, continua a entender assim, mas as palavras saem de tal forma como se estivessem trancafiadas por anos e anos... Falo palavras sem sentido, muitas vezes até que acerto, minha criatividade fica a flor da pele, mas noto que só quando estou bem em meus afetos.. Caso contrário enfio os pés pelas mãos, com tudo e com todos, de perto e de longe.
Não encontrei ainda uma forma de equilibrar, de colocar a razão um pouco para trabalhar e fazer sua função de reguladora do instinto.
Pois tenho vontade de voltar a ser como antes, sem falsa modéstia, sabia controlar  minhas pulsões de morte como chama hoje, e também minhas pulsões para a vida. Fazia um trabalho de 'repassar a consciência tudo oq ue aconteceu no dia e como deveria fazer diferente amanhã. E isso fazia quando criança...Como pode, agora depois de adulta, infantilizar-me de tal forma a chorar pelos cantos, a identificar-me com aspectos da vida de minha filha e 'deixar-me' levar por papos tão vazios de afeto, sabendo disso e mesmo assim, aceitando e continuando a estimular essa 'brincadeira'?
Pois aqui estou, então, tentando puxar a razão para fora... e acho ue muitos poderiam fazer assim... A sedução é linda, mas precisa de um limite; a conquista é divinamente prazerosa, mas é preciso entender que nem sempre acontece como queremos.
Sempre quis de um jeito e foi de outro, aprendi a adaptar-me Hoje aprendo a difícil tarefa de ser adulta e fazer emergir a razão, o pensamento sobre as ações impulsivas...


E isto é pra hoje, pra mim...

segunda-feira, 16 de julho de 2012

nunca estamos contentes

Nunca estamos contentes

Mundo, se te conhecemos,
Porque tanto, desejamos, teus enganos?
E, se assim te queremos,
Muito sem causa nos queixamos de teus danos.

Tu não enganas ninguém,
Pois a quem te desejar vemos que danas;
Se te querem qual te vem,
Se, se querem enganar, ninguém enganas.

Vejam-se os bens que tiveram
Os que mais em alcançar-te, se esmeraram;
Que uns, vivendo, não viveram,
E os outros, só com deixar-te, descansaram.

E se esta tão clara fé
Te aclara teus enganos, desengana;
Sobejamente mal vê
Quem, com tantos desenganos, se engana

Mas como tu sempre morres
No engano em que andamos e que vemos,
Não cremos o que tu podes,
Senão o que desejamos e queremos.

Nada te pode estimar
Quem bem quiser estimar-te e conhecer-te;
Que em te perder ou ganhar,
O mais seguro ganhar-te é perder-te.

E quem em ti determina
Descanso poder achar, saiba que erra;
Que sendo a alma divina,
Não a pode descansar nada da terra.

Nascemos para morrer,
Morremos para ter vida, em ti morrendo.
O mais certo é merecer
Nós a vida conhecida, cá vivendo.

Enfim mundo, és estalagem
Em que pousam nossas vidas, de corrida;
De ti levam de passagem
Ser bem ou mal recebidas, na outra vida.

Luís Vaz de Camões

sexta-feira, 13 de julho de 2012


“(...) é na urgência do movimento lógico que o sujeito precipita 
simultaneamente seu juízo e sua saída... a tensão do tempo inverte-se na tendência ao ato que evidencia aos outros que o sujeito 
conclui”.
             
             Lacan, Escritos

quinta-feira, 12 de julho de 2012

‎"A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais."
Arthur Schopenhauer

quarta-feira, 11 de julho de 2012

CORTANDO AMARRAS
SOFRENDO TUDO O QUE DÁ
E O QUE NÃO DÁ TAMBÉM
NÃO IMPORTA
CORTAR
SAIR
ROLAR
ISSO É QUE DÁ...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

SÓ, COMO PÓ...SÓ

SUFOCADA
INTENSA DE RAIVA
A AMOROSIDADE ACABOU
NÃO HÁ MAIS CONDIÇÕES

ESTOU SECA
COMPLETAMENTE SECA
NEM A LUA TRARÁ DE VOLTA
A MINHA INSPIRAÇÃO
NÃO QUERO MAIS NADA
SÓ DESEJO A CONQUISTA PRÓPRIA E EGOÍSTA
DAS MINHAS NECESSIDADES PROFISSIONAIS.

SÓ ISSO

“Sou como um livro,
Há quem me interprete pela capa.
Há quem me ame apenas por ela.
Há quem viaje em mim.
Há quem viaje comigo.
Há quem não me entende.
Há quem nunca tentou.
Há quem sempre quis ler-me.
Há quem nunca se interessou.
Há quem leu e não gostou.
Há quem leu e se apaixonou.
Há quem apenas busca em mim palavras de consolo.
Há quem só perceba teoria e objetividade.
Mas, tal como um livro, sempre trago algo de bom em mim.”
 

domingo, 1 de julho de 2012

De Pessoa para Pessoa

“Pessoas mentem, sorrisos enganam e olhares iludem.” (TB)


"Um milhão vezes zero é zero. Ou seja: não
coloque sua intensidade onde não tem nada." 



"Demorou um bocado, mas eu descobri que a
ausência podia ser cruel, muito cruel. E de
ausências eu estou entalada. Não sei se me
entende. Seja lá por qual razão for eu não
quero tentar de novo. Fica tudo certo. Fica
tudo no passado, pois o presente assume
uma renúncia fenomenal, juradas com ódio
de todas as canções que lembram você. O
meu presente precisa funcionar e mais
indolor. Posso até cair de novo, ou de amor,
saudade, de porre, mas o mecanismo foi
acionado e em fração de segundos, pode
apostar que vou consultar o manual de
instruções, para sair do estágio trôpego e
colocar de novo este escudo contra a porra
do amor não correspondido."

(Ita Portugal)



"A gente precisa ter o coração partido
algumas vezes. Isso é um bom sinal, ter o
coração partido. Quer dizer que a gente
tentou alguma coisa."