Estudou Freud, foi além retornando a ele redefinindo e criando novas visões dos conceitos psicanalíticos, sob a trilha da linguística e do estruturalismo. Figura controversa para os estudiosos, criticado e amado ao mesmo tempo, configurou uma obra difícil de ser compreendida.
Quem o lê sente-se muitas vezes mal por parecer tão ignorante, pois sua escrita dá a entender uma intelectualidade de poder que esmaga o leitor.
Mas não me assusto com isso. Pelo contrário, mais desejo sinto em ler, quantas vezes for.... Não importa.
Lacan mostra-se original quando passeia entre a Filosofia, a Antropologia, a Linguística e a psicanálise.
O desejo do ser humano desliza, incessantemente, de um objeto para outro, seguindo o caminho que a linguagem lhe indica, com sua organização de deslocamento sintagmático ou metonímico.
Lacan constrói sua tese de que o inconsciente se estrutura como linguagem. Também o lapsus, os atos falhos, os sonhos e os sintomas, em suma, todas as formações do inconsciente, surgem como resultado das substituições metafóricas ou metonímicas de um ou mais significantes por outros, vinculados aos originais por diferentes tipos de relações.
O Espelho e a representação do corpo - bebê - corpo este (fragmentado) esquema corporal fragmentado continua a se expressar durante a vida adulta nos sonhos, delírios e processos alucinatórios. Concebe seu corpo como quebrado ou sujeito a se partir em pedaços. Sinal de imaturidade? De prematuridade? Resultado das vivências relacionadas à incoordenação motora, própria dos primeiros meses de vida? Imago arcaica compartilhada por todos os homens, em todas as culturas? Mito? Lacan recorre a todas estas explicações, em diferentes momentos, para explicar um fato de inquestionável verificação clínica.
Surge a identificação com uma imago = promessa daquilo que virá. Este seria o olhar da mãe = fantasma = imaginário (termo lacaniano)
Tudo isto institui o Eu, afirma-o, constituindo-se como Ego Ideal (o que não somos, mas queremos ser).
O olhar deve ser entendido como uma metáfora geral: é o que pensam de mim, o desejo do semelhante (muito bom isso)
Caminhamos na vida assim, indo e vindo entre o que sabemos, o que não sabemos e o que temos curiosidade em saber. Uma ideia influencia outra e isso vem de idos tempos.
A Psicologia, enquanto ciência moderna, organiza-se a partir das bases criticadas por Nietzsche ao tomar como pressuposto um psiquismo consciente, organizado por um EU racional que possibilita o conhecimento. Ao desconstruir o conceito de EU e da unidade do indivíduo Nietzsche lança as bases para uma nova Psicologia que considere o homem como efeito da luta de forças muitas vezes inconscientes e incontroláveis. Ah essa modernidade que fez a Psicologia racionalizar-se e 'tranquilizar' o sujeito à ideia de poder controlar-se.Isso tudp acaba dividindo esse EU pois se mostra incoerente e em permanente
conflito. Logo, a Psicanálise freudo-lacaniana reconhece os limites da racionalidade e da consciência dando lugar ao inconsciente e às pulsões.
O que prende o homem à vida, segundo a teoria freudiana, é a libido, que coincide
“com o Eros dos poetas e filósofos, o qual mantém unidas todas as coisas vivas” (Freud, S.1920/1996, p.61)
a psicanálise de Freud se aproxima da filosofia de Nietzsche. Lá por meados do sec. XX entra o nosso amigo Lacan que, ao retornar aos textos freudianos traz á tona de novo o subversivo relacionado à ciência. Lacan afirma que a verdade surge da equivocação, com isso tornando os tropeços da linguagem no principal acesso ao sujeito e à sua verdade, sempre singular.
Porque o sujeito diz sempre mais do que quer dizer, sempre mais do que sabe dizer, os atos falhados são atos na verdade bem sucedidos e as palavras que tropeçam são palavras que confessam.
- continua -
Assim como em música, este espaço dedica-se a ideias entre um sentimento e outro que aparecem sem querer, ou por necessidade que poderão vir a modular um tema emocional, oferecendo vários sentidos a ele e a quem o expressa. É...na verdade, é só um blog como outro qualquer, com uma montanha de palavras que algumas vezes parecem fazer sentido, outras vezes...não
segunda-feira, 30 de março de 2015
Nietzsche lido por Philip
A causalidade em Nietzsche
1 - O juízo - esta é a crença: "isso e aquilo são assim"
2 - O critério da verdade está no incremento do sentimento de poder.
3 - Em um mundo que é essencialmente falso, a veracidade seria uma tendência antinatural
4 - O tempo é eterno. Mas, em si, não há nem espaço nem tempo - Devir
5 - Interpretação. O Olho que desperta. O "mundo externo" atua sobre nós
6 - "Causa" não acontece. Nosso "entendimento de um acontecer" consiste em que um sujeito inventado é responsabilizado pelo fato de que algo tenha acontecido e de como aconteceu. A interpretação da causalidade é uma ilusão.
7 - Causa e efeito como continuum (um processo contínuo, sem quebras e divisões...). Negação da condicionalidade.
8 - determinismo. interpretação, sujeitos, "agentes". A vontade da Verdade é um tornar durável. O homem projeta sua pulsão para a verdade (sua morte)
9 - Kant. Manifestação e 'coisa em si'
10 - Não há 'coisa em si'. Conhecer, todavia, é sempre "colocar-se em uma condição para com alguma coisa"
11 - Toda unidade só é unidade como organização e combinação. "coisa em si" nega o interpretar e o ser sujeito como essenciais
12 - A explicação mecanicista do mundo (negar o espaço vazio ou pensa-lo como algo determinado e limitado). Força - vontade de poder. Angústia de conhecer. Buraco: pressão e choque
13 - Linguagem: intenção; sensação e experimentação; conceber como ato de 'criação'; movimento. (Ciência x Afeto)
14 - Ilusão; conhecido e acontecer. Fenômeno. Sem condição entre o fazer e o que se faz. Causa e efeito: dois elementos diferentes e não consequentes.
1 - O juízo - esta é a crença: "isso e aquilo são assim"
2 - O critério da verdade está no incremento do sentimento de poder.
3 - Em um mundo que é essencialmente falso, a veracidade seria uma tendência antinatural
4 - O tempo é eterno. Mas, em si, não há nem espaço nem tempo - Devir
5 - Interpretação. O Olho que desperta. O "mundo externo" atua sobre nós
6 - "Causa" não acontece. Nosso "entendimento de um acontecer" consiste em que um sujeito inventado é responsabilizado pelo fato de que algo tenha acontecido e de como aconteceu. A interpretação da causalidade é uma ilusão.
7 - Causa e efeito como continuum (um processo contínuo, sem quebras e divisões...). Negação da condicionalidade.
8 - determinismo. interpretação, sujeitos, "agentes". A vontade da Verdade é um tornar durável. O homem projeta sua pulsão para a verdade (sua morte)
9 - Kant. Manifestação e 'coisa em si'
10 - Não há 'coisa em si'. Conhecer, todavia, é sempre "colocar-se em uma condição para com alguma coisa"
11 - Toda unidade só é unidade como organização e combinação. "coisa em si" nega o interpretar e o ser sujeito como essenciais
12 - A explicação mecanicista do mundo (negar o espaço vazio ou pensa-lo como algo determinado e limitado). Força - vontade de poder. Angústia de conhecer. Buraco: pressão e choque
13 - Linguagem: intenção; sensação e experimentação; conceber como ato de 'criação'; movimento. (Ciência x Afeto)
14 - Ilusão; conhecido e acontecer. Fenômeno. Sem condição entre o fazer e o que se faz. Causa e efeito: dois elementos diferentes e não consequentes.
quinta-feira, 19 de março de 2015
Rascunho de ser humano
O corpo e a alma doem. A dor transborda. Mas, sei que não só em mim.
A sociedade está dolorosamente desassossegada, desejante mas ignorante nas suas possibilidades. Vivemos como se fôssemos desenhados, mas no processo anterior: no rascunho.
"O coração, se pudesse pensar, pararia" Já diria Fernando Pessoa, Desassossegadamente.
Quantas discussões a respeito da Psicanálise. Cada qual vende seu peixe. Porém, não é bem assim.
Não colocaria toda uma história de estudo genuíno no mesmo patamar que tudo o que veio depois. Pois, o depois, é depois. E para ser o depois tem que ter havido o antes. Portanto, nada de generalizações e críticas baseadas em suas crenças individuais. Não se trata disso, e, com pesar, observo atitudes semelhantes nos estudos do curso que faço. Fico receosa, pois quem não costuma ler, buscar as necessárias informações e o conhecimento que o ajude a esclarecer suas angústias e dúvidas, ao escutar opiniões formadas, enclausuradas em uma redoma de crenças baseada em sua história pessoal, diz:
- Ah tá.... Nem vou ler Freud, já que é assim.
Somos seres complicados, não é? Tenho sentido que as pessoas não estão preparadas para críticas. Há uma ilusão de que se sabe tudo porque o acesso às informações ilude ser simples. Pois eu diria: É, mas não simples, apenas simplório.
Imagino o humano do ser hoje rascunhado em duas versões que ocorrem simultaneamente. Uma delas num rascunho com traçado frágil, doentio, repassado muitas vezes e fortificado por traços repetitivos no mesmo lugar. Algo patológico e alvo de patologias sociais. A outra versão utiliza um traçado forte em demasia, dividido em partes separadas mas 'juntadas' ou encostadas, algo compartimentado que não permite maiores teias relacionais de pensamento.
Este ser rascunhado, dito humano me faz mal, sinto um desagrado maldito que me mantém em afastamento desses grupos narcísicos, em que pensam que estar certos de alguma coisa é alguma coisa.
Não é. Estar certo é o primeiro erro. Se todos admitissem que estão errados, talvez algo melhor acontecesse. Mente e o corpo não são apenas um agrupamento de órgãos,
músculos e ossos, regidos por leis de uma ciência exata com conceitos fixos e estanques. Mente e corpo são capazes, juntos, de absorver impressões físicas, cognitivas e
psicológicas que interagem entre si.
A mente agrupa as informações intelectuais e “mesmo
em suas manifestações mais abstratas, não é separada do corpo, mas sim nascida dele e
moldada por ele” (CAPRA, p. 79).
Descartes já era desde que viu-se que o corpo sente as experiências físicas e emocionais vividas no estudo das etapas do Desenvolvimento Infantil, desde a gestação até a
adolescência (VOLPI & VOLPI, 2002).
A crítica real neste mundo baseado numa cultura norte americana é da lógica versus o humano, o relativo. É preciso "validar" a interpretação. Vejam que absurdo. Ao dizermos isso, estamos dizendo que é preciso "validar o ser humano".
Pois, junto com o moço Rapaport, afirmo: A Psicanálise é uma ciência pois:
Objeto de estudo: conduta
A Psique trata dos aspectos de conduta, portanto não são 'entidades'(!!!!)
Toda conduta é conduta da personalidade integral do ser humano (orgânico) interconectadas com os sistemas e instituições do sujeito.
Bem, podemos entrar em vários aspectos aqui, fenomenologia, patologias.... Porém, há de haver algo que reconcilie o sujeito a sí próprio. Ao distanciar-se em direção à logicidade de provar causas e efeitos, negamos o mais importante do ser humano, sua capacidade de refletir e transformar-se. De enxergar-se no Outro e de 'veramente' existir como ser pensante.
Assisto às aulas mas vivo em eterna tensão. Nada de ter razão, de estar certo, mas sim, falar bobagens e absurdos, por favor....
NÃO MAIS!
Inicio o ano no coro cantando um Requiem e, o sentido que dou a esse fato é que canto para tudo isso e todos esses que pensam que são a verdade única e determinante da vida.
A lógica me faz lembrar quando rascunhava a figura humana num papel em branco. Cada parte possui seu lugar. E sempre me perguntava: Como este 'boneco' pode ter vida?
Rascunho de ser humano.
segunda-feira, 16 de março de 2015
Música e Palavra

(Professor Parker a David Helfgott, em "Shine")
Uma mente saturada, transbordante de memórias.
Não parece assim nosso pensamento hoje? Palavras que se acumulam entre as curvas das emoções e que, por serem tantas, muitas delas se perdem por aí. Ficamos poluídos de 'desnecessidades'. Como organizar isso? Como sugar ou desapegar-se do que não precisa para sermos o que realmente somos?
A música e as palavras tornam-se imprescindíveis em minha vida, hoje (na real sempre foram, eu que estava cega e surda) não evito comparar embora ambas tratem do ato de criação.
Em Clarice Lispector, o escrever vai além da linguagem apreendida pelas palavras, pois as palavras em si se desgastam. As palavras são atravessadas de silêncio. O silêncio fala.... elas calam.
Há algo na Música que nos dá uma sensação de alteridade. Como se nos observasse de longe. Vivemos entre a música e a palavra, já que a música expressa o intraduzível pela palavra.
A música como Psicanálise parecem transitar entre as "coisas como realmente elas existem" ou "fatos como eles realmente são".
Para Freud, é“algo que não podemos saber o que é, mas...acontece”
Um cantor, intérprete, porquanto passa o tempo, já não percebe-se o cantar bem, mas o jeito que 'pega' as palavras e as coloca sobre as notas da melodia do jeito só dele. (João Gilberto) Como numa sessão de análise. O paciente é cada vez mais ele.
Não consigo evitar de emaranhar a música e a psicanálise, elas estão em mim, no meu jeito de ser e de 'ver' o lado de fora. Elas ajudam-me a estar no Outro e sentir através do Outro o que talvez nem possa dizer. Nada de poder, onipotência ou o diabo.... que seja.
Na música há a profundidade das tensões, das pulsões, construção de imagens musicais que traduzem as palavras não ditas mas sentidas. Para que exista precisa ser ouvida. Para que seja compreendida é preciso que seja 'esquecida'. Mas.... ruminada e principalmente.... amada.
A Música(lidade) ocupa o vazio inerente a nós, mas não assim.... magicamente. Constrói-se com a escuta do Outro, da voz (como instrumento) promovendo o além do sintoma, essa é a possibilidade nova, advinda da criação da junção de uma escuta com o sentido de quem escuta.
Que silencia nesse momento? Sim.
O musico que interpreta e deixa livre o que toca para ser democraticamente liberto da partitura e dele próprio, talvez seja a pessoa fundamental em tudo isso. Pois ele é o libertador de algo que pode para sempre ficar preso e amarrado ao passado.
Somos "penetrados" por sons, objetos sofisticadamente articulados e relacionados. Em psicanálise, por palavras e sua "música" latente? Processo de conhecimento (Klein, 1946; Bion, 1962b)
E... O mais transbordante de tudo isso é que todos, compositor, intérprete e ouvinte, modificam todo e qualquer sujeito envolvido nesse ato.
Portanto, que se faça música, sempre!
Que conte a história antes de ser história.
Que ninguém impeça da música ser música.
Pois nem o tempo pode com ela.
sábado, 14 de março de 2015
Considerações amorosas.
Os gregos representaram em Eros, o amor. E por ser o amor como é, tratava-se de uma criança cega, surda, apenas com o desejo de ser cumprida a sua vontade.
Assim como amava rapidamente deixava de amar. Sua cegueira, claro, como quem está apaixonado, é resultado desse sentimento intenso que causa a sensação de desvario e loucura. Portanto, distante de qualquer cousa que possa aproximar-se de uma reflexão. Ao ser julgado por Hesíodo como o mais belo entre os deuses imortais porque deixa-se cair, já que seus membros amolecem e o peito submete-se ao coração. Suas flechas fulminam de forma instantânea como un relámpago, o que em Espanhol diríamos: "caer enamorado".
Uma 'doce' queda provocada por algo externo pode fazer estragos enormes em nosso Ego, todos os que já se apaixonaram sabem bem disso. Assim, para os gregos o amor-paixão é uma alteração irracional da alma.
Aristóteles já trazia uma certa ideia de que a paixao vinha de algo fora do homem e seria provocada por um deus.
Cá entre nós, bem que parece algo dos deuses....
Entao, seguindo essa ideia, um amor é capaz de naufragar gigantes, uma instância amorosa capaz de provocar a maiss terrível das tempestades e tormentas. Podendo chegar a uma patologia.
Bah! Paixão como doença acaba com minhas esperanças de que uma paixão pode.mudar, transformar um mundo, um sistema, um ser pessoa, da doença para a cura.
Só posso.concluir que um enamorado apaixonado nao é um ser livre nem responsável por suas ações.
Mas.... Como?
Quem se apaixona é uma.vítima de Eros. Bem.... Acontece.
Se somos incapazas de decidir por esse sentimento inicial, somos sim capazaes de escolher continuar nele.
Ahhh Paixão que acaba com qualquer coração mas que produz efeitos inigualáveis de prazer e transcendência. Momentos que se vão, mas que deveriam ser vividos sempre que possível. Que.beleza que.existe a poesia que perpetua o amor, mesmo que no papel. Mas que romântico escrever sobre amar num pedaço de papel.
O amor-paixão modifica o próprio ser humano. Esse grande.movimento de vida nunca devia ser julgado e desperdiçado por medos e temores da dor. Amar dói, de qualquer jeito. A dor é o arranque da aprendizagem. Não há como apenas passar por esta vida e não viver. Há de se passar pela vida, mas há de se amar na vida. O sentido do viver.
A premissa de que o amor tenha sido inscrito sob as rédeas do irracional parece promover um distanciamento da ciência e da filosofia para.refletir sobre o fato de transbordar e exceder o fator individual. Afinal, vale a.pena amar?
Shakespeare descreve lindamente esta irracionalidade, ou.como queiram chamar, em "Sonhos de uma noite de verão". Duendes que movem os fios do amor enquanto todos dormen, e ao acordarem estariam todos enamorados por seus, talvez, impossiveis amores se não fossemum Sonho.
Lindo isso. Apaixonadamente.lindo e amorosamente humano, recheado de doçura e lindeza!
Os ocidentais ligaram o amor ao sentimento da dor. Ao ponto de que sofrer por amor vale a.pena. Isso culpa dos gregos que fizeram a paixão ser algo irracional (brincadeirinha séria rs)
Mas lindo mesmo e impossivel de ignorar é aquele amor da Idade Media, cortês, rebelde e profano. Ao som de canções de exaltacao ao erotismo. O amor trovadoresco, ou deileixado, o amor proibido. Neste proibido talvez estejam as maiores e lindas historias de amor e paixão.
O romantismo eleva a paixao amorosa e sua consequência é a dor, a morte. Azar do destino.
Ema Bovary, ao ler suas historias de amor, foi contemplada por inumeros contratempos sem os quais nunca seria um amor de verdade.
As mulheres que amaram de verdade e lutaram por seu amor era fortes e mudaram o mundo.
Zeus e seus raios criou o feminino e o masculino e até hoje eles se.procuram por esse mundo de naturezas e ciências, de emoçoes e razoes, de misterios e explicações.
Amar, apenas amar. Como.dizia o poeta. Tão complicado para alguns e tão passivel de alegrias e prazer para outros.
Uma flechada dói. A questao está em como viver bem, amar sem sentir dor?
Alguns.amores são mortais e outros vão se fazendo 'a fuego lento', já dizia meu avô uruguaio, serenamente. É possivel aprender a amar diante das circunstâncias da.vida. Hoje talvez tenhamos que reaprender a amar e resgatar em.nós a paixão escondida e abafada.por.um tempo passageiro. As marés que conduziam os navegadores.do amor parecem hoje procurar por eles. As águas vazias.invadiram as.possibilidades de amar devagar e sem repentes. Amar por amar. Amar, só amar.
Ahhh temos Platão com o conceito do desejo como ausência (Banquete)
Só desejamos aquilo.pelo qual somos carentes. Eis Sócrates.
Pensemos que o amor não se explica. Sendo assim, resta amar. Em suas diversas formas de amor a sociedade.poderá vir a transformar-se. O que sempre aconteceu e aconteceu porque é impossivel ao ser humano, por ser humano, não amar.
Para amar precisamos.do Outro. E Amar é o Outro. Um toca e o outro canta. O que nos falta está no Outro. Portanto amar, conversar, cuidar, olhar e sentir, abraçar, esperar..... Esperar sempre.... É entender o Outro como diferente de nós mas que sem ele nao seríamos nós.
Amar, para sempre amar!
Assim como amava rapidamente deixava de amar. Sua cegueira, claro, como quem está apaixonado, é resultado desse sentimento intenso que causa a sensação de desvario e loucura. Portanto, distante de qualquer cousa que possa aproximar-se de uma reflexão. Ao ser julgado por Hesíodo como o mais belo entre os deuses imortais porque deixa-se cair, já que seus membros amolecem e o peito submete-se ao coração. Suas flechas fulminam de forma instantânea como un relámpago, o que em Espanhol diríamos: "caer enamorado".
Uma 'doce' queda provocada por algo externo pode fazer estragos enormes em nosso Ego, todos os que já se apaixonaram sabem bem disso. Assim, para os gregos o amor-paixão é uma alteração irracional da alma.
Aristóteles já trazia uma certa ideia de que a paixao vinha de algo fora do homem e seria provocada por um deus.
Cá entre nós, bem que parece algo dos deuses....
Entao, seguindo essa ideia, um amor é capaz de naufragar gigantes, uma instância amorosa capaz de provocar a maiss terrível das tempestades e tormentas. Podendo chegar a uma patologia.
Bah! Paixão como doença acaba com minhas esperanças de que uma paixão pode.mudar, transformar um mundo, um sistema, um ser pessoa, da doença para a cura.
Só posso.concluir que um enamorado apaixonado nao é um ser livre nem responsável por suas ações.
Mas.... Como?
Quem se apaixona é uma.vítima de Eros. Bem.... Acontece.
Se somos incapazas de decidir por esse sentimento inicial, somos sim capazaes de escolher continuar nele.
Ahhh Paixão que acaba com qualquer coração mas que produz efeitos inigualáveis de prazer e transcendência. Momentos que se vão, mas que deveriam ser vividos sempre que possível. Que.beleza que.existe a poesia que perpetua o amor, mesmo que no papel. Mas que romântico escrever sobre amar num pedaço de papel.
O amor-paixão modifica o próprio ser humano. Esse grande.movimento de vida nunca devia ser julgado e desperdiçado por medos e temores da dor. Amar dói, de qualquer jeito. A dor é o arranque da aprendizagem. Não há como apenas passar por esta vida e não viver. Há de se passar pela vida, mas há de se amar na vida. O sentido do viver.
A premissa de que o amor tenha sido inscrito sob as rédeas do irracional parece promover um distanciamento da ciência e da filosofia para.refletir sobre o fato de transbordar e exceder o fator individual. Afinal, vale a.pena amar?
Shakespeare descreve lindamente esta irracionalidade, ou.como queiram chamar, em "Sonhos de uma noite de verão". Duendes que movem os fios do amor enquanto todos dormen, e ao acordarem estariam todos enamorados por seus, talvez, impossiveis amores se não fossemum Sonho.
Lindo isso. Apaixonadamente.lindo e amorosamente humano, recheado de doçura e lindeza!
Os ocidentais ligaram o amor ao sentimento da dor. Ao ponto de que sofrer por amor vale a.pena. Isso culpa dos gregos que fizeram a paixão ser algo irracional (brincadeirinha séria rs)
Mas lindo mesmo e impossivel de ignorar é aquele amor da Idade Media, cortês, rebelde e profano. Ao som de canções de exaltacao ao erotismo. O amor trovadoresco, ou deileixado, o amor proibido. Neste proibido talvez estejam as maiores e lindas historias de amor e paixão.
O romantismo eleva a paixao amorosa e sua consequência é a dor, a morte. Azar do destino.
Ema Bovary, ao ler suas historias de amor, foi contemplada por inumeros contratempos sem os quais nunca seria um amor de verdade.
As mulheres que amaram de verdade e lutaram por seu amor era fortes e mudaram o mundo.
Zeus e seus raios criou o feminino e o masculino e até hoje eles se.procuram por esse mundo de naturezas e ciências, de emoçoes e razoes, de misterios e explicações.
Amar, apenas amar. Como.dizia o poeta. Tão complicado para alguns e tão passivel de alegrias e prazer para outros.
Uma flechada dói. A questao está em como viver bem, amar sem sentir dor?
Alguns.amores são mortais e outros vão se fazendo 'a fuego lento', já dizia meu avô uruguaio, serenamente. É possivel aprender a amar diante das circunstâncias da.vida. Hoje talvez tenhamos que reaprender a amar e resgatar em.nós a paixão escondida e abafada.por.um tempo passageiro. As marés que conduziam os navegadores.do amor parecem hoje procurar por eles. As águas vazias.invadiram as.possibilidades de amar devagar e sem repentes. Amar por amar. Amar, só amar.
Ahhh temos Platão com o conceito do desejo como ausência (Banquete)
Só desejamos aquilo.pelo qual somos carentes. Eis Sócrates.
Pensemos que o amor não se explica. Sendo assim, resta amar. Em suas diversas formas de amor a sociedade.poderá vir a transformar-se. O que sempre aconteceu e aconteceu porque é impossivel ao ser humano, por ser humano, não amar.
Para amar precisamos.do Outro. E Amar é o Outro. Um toca e o outro canta. O que nos falta está no Outro. Portanto amar, conversar, cuidar, olhar e sentir, abraçar, esperar..... Esperar sempre.... É entender o Outro como diferente de nós mas que sem ele nao seríamos nós.
Amar, para sempre amar!
sexta-feira, 13 de março de 2015
Volta silêncio
Noite na estrada. É a volta. Na volta sempre é noite. Tenho a impressão que alguma coisa em mim grita sozinha. Sinto sua vibração. Será a solidão de dias infindáveis pulsando no desejo que há muito tempo pede para ser nos 'aconteceres' de mim?
Se há um grito, há um silêncio tenebroso. Nas atormentadas palpitações de uma fome que não quero saciar, afasto-me. Fecho os olhos. Quando os abro depois de instantes, volto.
Volto para as repetições de meus dias e minhas infinitas atividades.
O grito que se guarde em si. O silêncio que se estenda diante de meus pés para então acolher-me a ele com a calma de uma noite sem fim.
O vão entre o que se vê e o que não é passa a ser gigante e nele afogo o grito do medo de chegar ao fim.
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