sexta-feira, 13 de março de 2015


Volta silêncio

Noite na estrada. É a volta. Na volta sempre é noite. Tenho a impressão que alguma coisa em mim grita sozinha. Sinto sua vibração. Será a solidão de dias infindáveis pulsando no desejo que há muito tempo pede para ser nos 'aconteceres' de mim?
Se há um grito, há um silêncio tenebroso. Nas atormentadas palpitações de uma fome que não quero saciar, afasto-me. Fecho os olhos. Quando os abro depois de instantes, volto. 
Volto para as repetições de meus dias e minhas infinitas atividades.
O grito que se guarde em si. O silêncio que se estenda diante de meus pés para então acolher-me a ele com a calma de uma noite sem fim. 
O vão entre o que se vê e o que não é passa a ser gigante e nele afogo o grito do medo de chegar ao fim.

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