quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

É permitido cair

É possível 'sair de cena'                      
Quando não se consegue mais 
Abrir portas com sabedoria 
É Preciso praticar
O estar e não estar
Fechar conversas, 
Uma a uma.

Quando se pensa demais
Ou há perguntas a mais
Parar é a melhor escolha 
Um dia de cada vez
Somando-os, 
Como conquistas.

Cada dia 
É novo
Tudo novo
Com a delicadeza
De um re-começo 
De novo.

Sim.
É assim,
Sim

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Para minha mãe!

http://ideiassobreideias.blogspot.com/2009/10/para-minha-mae.html
(Escrito em outubro de 2009)

Quando pequena te olhava,
Admirava teu ofício.
Observava tua dedicação,
tua felicidade,
tua necessidade em facilitar
para os "teus pupilos"
a lida com os conhecimentos
em Matemática e Ciências.

Tantos momentos, como agora,
em que tudo ficava complicado.
Lembro quando comentavas
que tinhas que ajudar o Luis Fernando,
principalmente a se comportar em aula.

Lembra quando tunha eu que 'decorar' poemas e discursos?
Só tu mesmo prá me ajudar.
Teu jeito firme e positivo.
Sempre conseguia, desde 5 anos de idade, no Jardim de Infância!

Nos planos para meu futuro,

nunca constou a possibilidade de ser professora.
Isso foi impossível.
Como não ser professora,
se aprendi a cuidar do Outro contigo,
aprendi a ficar feliz quando alguém ficava feliz,
aprendi a buscar outras alternativas
caso uma não desse certo.

Pois então ... Sou Professora...

Arquiteta? Quase, porém...prá quê mesmo?
Diplomata? Só na vida...

Professora? Para sempre!

Aprendi contigo a ser feliz assim!
Muito Obrigada!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Onde?

Procuro as palavras que fugiram de mim.
Preciso desapertar o peito.
Mas elas não vêem.

Fui a vários lugares
Procurei e não achei
Cismaram, simplesmente
De se esconder.

Deixemos assim
Por aí, sem fim...

MAS OUTRO COMEÇA...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ares da infância e o pó da vida

Em Livramento, já mais ou menos conctada ao meu mundo.
Eis que estive dois dias fora do ar, mas num lugar em que gosto muito e refaço minhas forças, o campo.
Cada vez que venho prá cá é um ar diferente que limpa por dentro, é o ar da infância que novamente me absorve e me transmite a seguração de outrora. É o som do vento com o silêncio da natureza; é o jeito de falar e de caminhar com o sabor 'de los panchos' e dos sorvetes.
É a vontade de caminhar e de falar em espanhol.
Retomo e foco novamente meus pensamentos em algumas palavras e, ao fazer isso, lebrei de uma letra de música (chamarão de brega, não importa) que diz que ...
"Perdido em meus pensamentos, é que me encontro tão só. Na boca um sabor de veneno, no peito aquele nó..."
E por aí vaí...
Dirão os experientes em estudar comportamento humano, é assim mesmo...
É a vida. Sei perfeitamente disso, afinal, estou viva.
E daí?
Isso não tira a dor, não diminui minha solidão. Digo a vocês que não é uma solidão tão esmagadora, é uma 'solitudine'. Para mim, entre os dois termos, em vista de minha vivência em italiano, existe uma grande diferença. Em português a carga de dor e sofrimento é maior. Em italiano é apenas uma dor de amor. Ahh! Só uma dor de amor? Sim, apenas isso. Uma dor que doi mas que não arrasa, que não deprime, ao contrário, é uma dor de saber que logo novos sentimentos aparecerão. Isso é bom, é vida, é aceitar que doi, deixar doer o tempo necessário até o organismo em sua homeostase ir absorvendo-a de tal forma a transformá-la em história de vida.

Hoje não sei o que fazer, mas logo saberei. Ainda sinto que talvez tenha feito tudo errado, ou não. também não importa mais. O que me atrapalha e me desajeita é dizer e fazer coisas quando estou furiosa. Desta vez tentarei sustentar, pois sinto que assim deverá ser. Essa é a legítima hora que os amigos não conseguem dizer coisa com coisa. Nem pergunto mais, aliás, nem conto nada mais há muito tempo. Guardo tudo no peito prá sentir-me mais forte. Sabe que ajuda?

Ainda não tenho como voltar pra Laura, não tenho e não saberia como contar minha vida mais. Melhor tentar pensar e resolver meus impasses, tentando compreender a mim e não mais aos outros. Este é o caminho.
Bem que tento e tentei dizer o que gosto, como preciso, mas não alguém no mundo que entenda. Ninguém entende mais ninguém, ou não quer entender prá não estabelecer laços fortes, vínculos que levem mais tempo prá desfazerem-se. Sei que a maioria das pessoas sente assim, pelo medo do envolvimento ou pelo medo do que não se conhece no outro e nunca se conhecerá, por mais experiência que se tenha. Sempre haverá uma incógnita, um mistério.

Os relacionamentos hoje são assim, resvalam-se pelas mãos como água, desfazem-se como pó e vem o vento e os leva, pedaços, grãos são espalhados por toda parte. Acho terrível isso... tenho pena de que tudo termine assim, mesmo compreendendo que a morte é o fim de todos e de tudo, mas é diferente. É é pronto.

A ilusão do vínculo é a pior solidão que existe. Minha solidão não é assim. Quando crio o vínculo, crio e fica. De formas diferentes, transformando-se, sem problemas.
50% seE fimmpre será forte, pois dependerá de mim. Foi o legado que me deixaram.
O resto será apenas o resto. A vida transformada em pó...


E fim.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sobre a intuição

Preciso registrar alguns aspectos de minha intuição.
Desde pequena, sempre tive determinadas percepções com relação aos outros seres que me rodeavam, e não dava atenção alguma.

Com o tempo fui percebendo que dava certo... Observava determinadas situações e comportamentos rápidos, em segundos, e ligava uma luz dentro do cérebro. Muito estranho para quem lendo estas palavras está, neste momento. Mas, sei que devem ter sentido da mesam maneira. É inevitável.

Comecei a dar mais atenção, e mais atenção e reparei que... pronto, estava sempre certa. Que coisa...

Neste ano que passou senti e acertei. Estou com uma luz ligada já há algum tempo e esta, ainda me  enreda de dúvidas. Também entendo que a dúvida que eu produzo pode ser uma forma de manter meus sentimentos, mas já estou no controle disso também.

Sei o que está acontecendo.
Às vezes, mesmo sabendo da realidade, nos sujeitamos a ajudar a somar números em caderninhos de vidas que desejam viver assim, somando, só. Chega o tempo em que as férias tentam ajudar o próprio tempo a passar a dor. Estou desconfiada que assim é com duas pessoas que conheço e uma delas mais de 20 anos (na música).

Vou além ainda, é pelo mesmo motivo que me faz sair daqui e ajudar o meu tempo a passar.

É sim, é isso aí...

Sobre perdas e ganhos

Estava ontem lendo várias coisas ao mesmo tempo.
Como? Não sei ...
De tudo, acoplei palavras que juntas me disseram o seguinte:
O nada, o ninguém, o silêncio, a pausa, o vazio, o invisível, o impossível ...Não são nossos. Imaginem o tudo, o Outro, o som, a continuidade, o cheio, o visível e o possível...

Saramago diz que apenas temos a permissão de viver um tempo acompanhados por determinadas pessoas, além do próprio viver. O que é perder no meio de tudo isso? Perder alguém, nossa juventude, nossa capacidade de discernimento, nosso bom senso, nossa razão em muitos momentos (muitos mesmo...), nossos amigos que nos deixam por mais um tempo aqui, nossos filhos (que crescem rápido demais) e assim vai. Parece que sempre nossa lista de perdas é maior do que a de ganhos.

Pois tudo nos foi 'emprestado', e em minha humilde opinião, deposito nas palavras de Saramago total pertinência. Não é nosso, nem o Nada e muito menos o Tudo.
Então, por que sofremos? Se nos foi emprestado por um tempo, temos que cuidar. Cuidar do tudo e do nada, do vazio e do não vazio, do ninguém e do Outro, do silêncio e do som, das pausas e das continuidades, do visível e do invisível (principalmente ao coração).

Sobre os sorrisos e as lágrimas, estes sim, devem ser cuidados como se nossos fossem, pois eles, somente eles nos oportunizarão a Amar para além das perdas e ganhos.

E a fonte a cantar, Chuá, Chuá. E as 'água' correr. Chuê, Chuê...

Somos todos ridículos.´Sim. Somos.
A maior ridícula de todas sou eu.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Qualquer coisa sobre viver e amar

Ao pensar sobre a vida, o que é inevitável em alguns momentos, principalmente em dias de chuva, começo a separar momentos, relembrando de outros e, aqui complica. Sempre chega a hora da decisão, prorrogo o máximo possível, mas a hora chega...

Tantos sábios falam sobre isso, ser forte ou fraco, decisões significam perdas, riscos, desafios e mais uma montanha de palavras que indicam a convicção dos autores em estarem certos do que disseram.
Que nada!
Cada coisa no seu momento.
Cada escolha na sua hora.
E não existe certo ou errado, existe sim a DOR, mas esta caminha com a humanidade por todos os tempos, portanto, não me assusta em nada, pelo contrário, sempre me sinto desafiada por ela.

A Dor versus meu ego.
Quem ganha? Não importa, também...
O que mais me move seguir em frente nos meus desejos é a própria dor em si. Acabo perguntando: De que tamanho será a dor desta vez?

Os sentimentos, o processo de construção e des-construção da relação do afeto com a dor acaba obedecendo sempre os mesmos passos. O que percebo é a intensidade representada na demora com que as etapas levam para andarem.

Um rítmo fica estabelecido e sempre as partes envolvidas desejam ter o controle desse rítmo.
Que bobagem...
Para quê?
Para tentar sofrer menos?
Para tentar controlar o medo da parte principal de todas, aquela parte onde reside o 'não-saber' sobre o Outro?

Nem mesmo uma mãe na relação com seu filho bebê sabe tudo sobre ele. Existe uma parte desconhecida. Quando usamos a palavra, da mesma forma, interpretamos, porém uma parte dela nunca conseguiremos saber ao certo.

Mil voltas sempre são possíveis para dizer o que se quer. Frequentemente me acontece de dar voltas e voltas. Bem que tenho tentado fazer diferente, até tenho conseguido em algumas coisas. 
De quealquer forma devemos tentar sempre e é preciso não conseguir para tentar novamente! Viver momentos que tragam a alegria de estar bem. Isso é necessário e imprescindível para vivermos o tempo que temos usando-o para o nosso bem e de quem nos cerca. Agradeço muito a quem tem me ajudado nisso, nas aprendizagens que foram construídas nas vivências de cada dia, apoiadas na memória das vivências passadas.

Mesmo assim, é hora de dar mais uma volta.
Desejo olhar o sol e a lua nascerem e morrerem no mar.


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Viver é uma arte

Olha
Toca
Sente
Dança
Bebe
Canta
Brinca
Inventa
Gosta
Escolhe
Ama

Quem faz isso, é um artista da vida.

O homem e a mulher

O homem é a mais elevada das criaturas;
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;
Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.  (VH)

sábado, 7 de janeiro de 2012

Sem jeito!

Pois não tenho mais jeito. Enfio os pés pelas mãos e as mãos pelos pés.
Escrevo, ainda bem. A palavra me renova, me refaz, ela me pensa, porque eu mesmo não consigo mais me pensar. Deixo rolar...
Escrevo para incomodar. Escrevo para existir e saber que tenho um coração que ainda bate. Quando leio, é  para viver novas vidas e ter novas palavras para escrever na vida.
Acabei de ouvir que a vida não tem texto, temos que legendá-la. 
E não é que certa vez pensei que a vida é uma música sem partitura, que nunca termina, e cada um de nós deve escrevê-la, com as improvisações necessárias, as consonâncias e dissonâncias, as mudanças de tonalidades, as previsões de finais e o famoso 'noch ein mal, bitte', de um maestro que mostrou-me um mundo que não conhecia, na música. 
Palavras em diferentes línguas, que dizem o mesmo, mas embelezam o jeito de viver. O sentido da palavra é realmente 'legendar' o que se vive. Porém, só é possível legendar as experiências se as aprendemos, ou será ao contrário, legendamos para aprender com elas?
Não sei.
Só sei que a palavra deve ser usada, seja para organizar, para embelezar, para realizar o que é anunciado, para amaciar as dores de se viver, para seja o que for... 
A palavra leva à leitura e, por conseguinte, dá um sentido ao sentimento do homem, ao afeto, direciona-o à amorosidade, à solidariedade para com o Outro. Importante isso... 
Palavra, conhecimento, vida, amor.
E sigo vivendo, sem jeito, do meu jeito, talvez desfeito ou refeito, ou ainda, com um pouco de jeito, mas sigo meu rumo. Preciso de pessoas perto, de amigos muitos, de continuar a ser professora, de cantar. Tudo o que faço, faço porque as palavras me levam, é o sentido que dou a elas que escolho se sofro ou não, se me afasto ou me aproximo, se acerto ou recomeço. 
Em tudo isso, uma coisa me atrapalha e me desarruma: as emoções. 
Hoje, então...Ouvindo artistas usando a palavra para glorificar a Arte... Só posso transbordar ...

Formatura das Artes

Preciso registrar as palavras de hoje (07/01/2012), que ouvi, que senti, e que parece que era eu mesma falando. Uma formanda, oradora das Artes do Teatro, começou perguntando: "Por que este diploma?" E ousou, depois de algumas palavras de explicação, responder de uma forma que não haveria outra: "Fechem os olhos por uns segundos, todos, e vamos tentar ouvir o silêncio... Logo nos entreguemos ao silêncio e o que ouvimos? O que sentiram? Eu ouvi... Eu senti... O coração que bate, o coração que pulsa. Eis o motivo deste diploma."


A Arte é assim, ou nós procuramos por ela ou ela nos procura. Comigo e a música sempre foi desse jeito, meio desajeitado... Fugi muitas vezes, deixei-a, abandonei-a. Não havia jeito. Ela aparecia do nada. Acabei aceitando que era assim. E hoje senti que não estou sozinha nessa. O grande abraço, forte e fraterno, que dei e que recebi de meu querido, amado e inesquecível professor de História da Música, Celso Loureiro Chaves, e suas palavras dirigidas a mim: "Bueno verte" - foram o diploma, o certificado de que devo aceitar a música, o canto, a arquitetura, parte de mim, parte de meu ser que pulsa quando canta, que vibra quando toca ou ouve uma música, que verte emoção quando desenha ou escreve.

Obrigada, Arte!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sobre cartas

Escrevi muitas cartas quando nos tempos idos. Escrevi cartas para familiares que moravam longe. Aliás, minha família sempre esteve um pouco em cada mundo. Pois as cartas eram necessárias. Nos aproximavam, encurtavam distâncias e saudades.

Quando então, comecei a receber cartas que falavam em forma de poesia, sobre amar, sobre estar apaixonado, naqueles momentos não percebia o quanto era feliz. Muitas foram as vezes que batiam na porta da sala de aula com cartas direcionadas a mim. Meus amigos serviam de 'carteiros'... Isso era maravilhoso!! Porém, hoje que percebo e dou valor. Naquele tempo, sofria ridiculamente... O sentimento fazía-me sofrer mesmo sendo correspondida. Mas não podíamos nos ver, sempre algo impedia. Meu pai, principalmente, meu pai...

Guardo-as até hoje, todas. Ah! Se ele soubesse ... Nunca saberá.
namoro de três anos, pegando na mão, esperando na saída do colégio, guardando cartas de amor, escondidas.

A última carta foi assim, mesmo sabendo que era de alegria:

"Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque, na incerteza, eu meditava
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"
Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha uma carta nos traz
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei
Para não sofrer mais"


Sou feliz porque nasci assim, ridícula e boba. Dou valor demasiado a uma palavra, a um olhar, a uma intenção escondida... Isso é considerado ridículo hoje, mas não é. Quem me proibia de namorar, foi quem ensinou-me a ser assim. Ele, meu pai era assim... Mas não queria que eu fosse. Não deu certo seu plano. Sou ridícula, apaixonada, sofro por tudo e por todos.

Sim. E daí? Isso passa e tudo começa de novo. Até o dia que não mais sentir meu coração bater forte. Quando começar a diminuir as batidas, já era... Já fui... Me esqueçam. Assim será.

E, para terminar:

"Quanto a mim o amor passou
Eu só lhe peço que não faça como gente vulgar
E não me volte a cara quando passa por si
Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor
Fiquemos um perante o outro
Como dois conhecidos desde a infância
Que se amaram um pouco quando meninos
Embora na vida adulta sigam outras afeições
Conserva-nos, escaninho da alma, a memória de seu amor antigo e inútil"

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O processo criativo

A aura emanada por algo ou alguém é tão intrínseca ao objeto original quanto sua própria carne.
O efeito produzido pelos modelos no espaço é indissociável deles, assim como suas cores oucheiros.
O efeito no espaço de dois indivíduos diferentes pode ser igualmente tão diverso quantoo efeito de uma vela comparado ao de uma lâmpada. Por isso, o pintor deve se preocupar namesma medida com o ambiente em torno do objeto e com o próprio objeto.
É por meio da observação e da percepção da atmosfera que o pintor pode registrar o sentimento que assimila, espera que vá emanar de sua pintura. Um momento de satisfação plena nunca ocorre durante a criação de uma obra de arte.
A promessa desse instante é sentida no ato de criação, mas desaparece à medida que a obra seconcretiza. É nesse instante que o pintor percebe que não está fazendo mais do que pintar um quadro. Até então, ele quase ousou esperar que a imagem pudesse ganhar vida. Se fosse diferente, o quadro perfeito seria terminado e, em seguida, o pintor se aposentaria..

 É essa profunda insuficiência que o faz ir adiante. De modo que o processo criativo se torna essencial para o pintor, talvez até mais importante que o quadro em si.
O processo cria, de fato, uma dependência.

Lucian Freud

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Inconsciência

Como é possível diminuir a dor que sinto?

O que faço na realidade  é justificar minhas ações, intempestivas, invasivas e espaçosas muitas vezes, por minha inconsciência quase que provocada sobre as emoções. Assim é bem mais fácil viver, perco os limites e avanço no que talvez, em sã consciência não o fizesse.

A Arte na ruptura com o real acentua as possibilidades de vivermos desamarrados das leis da convivência social. Isso liberta nossa alma, criando saídas para as dores humanas.

Quando toco ou canto sinto como se eu própria me desse um descanso, por um tempo deitada numa rede, olhando o ceu e ouvindo o mar, assim mesmo, na minha inconsciência da vida.

Lentamente

Lentos, vamos nos esquecer
As palavras perderão o sentido,
Lentamente

Esquecer devagar
Morte lenta dos acontecimentos
Do coração

Para esquecer preciso coragem
Devo saber que não posso
Demorar demais

Como o dia finda
As lembranças descolam-se
E as compreensões descombinam-se

Lentamente...