Em Livramento, já mais ou menos conctada ao meu mundo.
Eis que estive dois dias fora do ar, mas num lugar em que gosto muito e refaço minhas forças, o campo.
Cada vez que venho prá cá é um ar diferente que limpa por dentro, é o ar da infância que novamente me absorve e me transmite a seguração de outrora. É o som do vento com o silêncio da natureza; é o jeito de falar e de caminhar com o sabor 'de los panchos' e dos sorvetes.
É a vontade de caminhar e de falar em espanhol.
Retomo e foco novamente meus pensamentos em algumas palavras e, ao fazer isso, lebrei de uma letra de música (chamarão de brega, não importa) que diz que ...
"Perdido em meus pensamentos, é que me encontro tão só. Na boca um sabor de veneno, no peito aquele nó..."
E por aí vaí...
Dirão os experientes em estudar comportamento humano, é assim mesmo...
É a vida. Sei perfeitamente disso, afinal, estou viva.
E daí?
Isso não tira a dor, não diminui minha solidão. Digo a vocês que não é uma solidão tão esmagadora, é uma 'solitudine'. Para mim, entre os dois termos, em vista de minha vivência em italiano, existe uma grande diferença. Em português a carga de dor e sofrimento é maior. Em italiano é apenas uma dor de amor. Ahh! Só uma dor de amor? Sim, apenas isso. Uma dor que doi mas que não arrasa, que não deprime, ao contrário, é uma dor de saber que logo novos sentimentos aparecerão. Isso é bom, é vida, é aceitar que doi, deixar doer o tempo necessário até o organismo em sua homeostase ir absorvendo-a de tal forma a transformá-la em história de vida.
Hoje não sei o que fazer, mas logo saberei. Ainda sinto que talvez tenha feito tudo errado, ou não. também não importa mais. O que me atrapalha e me desajeita é dizer e fazer coisas quando estou furiosa. Desta vez tentarei sustentar, pois sinto que assim deverá ser. Essa é a legítima hora que os amigos não conseguem dizer coisa com coisa. Nem pergunto mais, aliás, nem conto nada mais há muito tempo. Guardo tudo no peito prá sentir-me mais forte. Sabe que ajuda?
Ainda não tenho como voltar pra Laura, não tenho e não saberia como contar minha vida mais. Melhor tentar pensar e resolver meus impasses, tentando compreender a mim e não mais aos outros. Este é o caminho.
Bem que tento e tentei dizer o que gosto, como preciso, mas não alguém no mundo que entenda. Ninguém entende mais ninguém, ou não quer entender prá não estabelecer laços fortes, vínculos que levem mais tempo prá desfazerem-se. Sei que a maioria das pessoas sente assim, pelo medo do envolvimento ou pelo medo do que não se conhece no outro e nunca se conhecerá, por mais experiência que se tenha. Sempre haverá uma incógnita, um mistério.
Os relacionamentos hoje são assim, resvalam-se pelas mãos como água, desfazem-se como pó e vem o vento e os leva, pedaços, grãos são espalhados por toda parte. Acho terrível isso... tenho pena de que tudo termine assim, mesmo compreendendo que a morte é o fim de todos e de tudo, mas é diferente. É é pronto.
A ilusão do vínculo é a pior solidão que existe. Minha solidão não é assim. Quando crio o vínculo, crio e fica. De formas diferentes, transformando-se, sem problemas.
50% seE fimmpre será forte, pois dependerá de mim. Foi o legado que me deixaram.
O resto será apenas o resto. A vida transformada em pó...
E fim.